sexta-feira, 13 de maio de 2011

Convite - Relatos Elis Regina

 
Participem Prestigiem Divulguem

 
 
E com imensa satisfação que convido a todos para o Evento Cultural Ala Salto. Um encontro que será acalantado por estrelas eternas que regem a humanidade. Teatro, Dança, Artes Plásticas e Declamações...
 
Arte sincera mesclada com a arte de viver...
 
 
Contando com 8 artistas plásticos - Salto e região, Cia Teatral Tupinambá - Salto, Cia de Dança da Estaca - Osasco, declamações com o autor e poeta Vinícius Cassiolato e um espaço aberto ao público para mostrar sua arte, o evento será realizado em um ambiente familiar e aconchegante.
 
21 de maio às 19h
Entrada Gratuita
End: Rua joaquim Nabuco, 584 Vl Teixeira - Salto
(próx ao Shopping)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Relatos: Elis Regina


Próx dia 21, estarei com minha equipe TUPINAMBÁ apresentando Relatos: Elis Regina. Dessa vez em um evento cultural da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias daqui de Salto. Um evento que será acalantado com exposições, dança, poesia, teatro, música...
Espero encontrar todos por lá!
Deixo aqui o  vídeo "UPA NEGUINHO - MARIA MARIA" EDITADO PARA SER APRESENTADO
AO FINAL DO ESPETACULO "RELATOS: ELIS REGINA".


"Mas é preciso ter força é preciso ter raça, é preciso ter sonho sempre! Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida"

Ficha Técnica
Elenco: Alessandra Michelle
           Tiago Souza Silva
            Vinícius Cassiolato

Op Técnica: Uelinton (bob)

Direção: Vinicius Cassiolato

Texto: Vinícius Cassiolato

Normalidade

Normalidade

Com carinho, aos normais

O cinzeiro cheio!
Cinzas e bitucas traçam seu labirinto cotidiano!


No céu, uma lua brilha vagamente.
Nuvens estranhas trazem formas esquecidas.

Em seu olhar,
A mulher deleita-se sob a Majestade Enluarada.
A noite o abraça tentando amá-lo!
Tudo em vão,
Cigarros, mulheres, delírios...
Fugas insanas...
Tentando remontar uma história perdida!

Em sua mente
Força a única afirmação válida:
“SOU NORMAL”
“SOU UM HOMEM NORMAL”

Em sua cama
Repousaram diferentes corpos femininos.
Seres que tentou amar!
Ele tentou!
Tenta ainda...
Porem permanece desconhecido a si mesmo.

Dentro de si, chora...
Mas a afirmação carrasca continua latejando.
Concentra-se para não pensar no que considera errado.
Ele é um homem normal.
Com sonhos, dúvidas, receios,
Músculos!

Com porte de atleta,
Uma carreira promissora,
Com uma família tradicional.
“EU SOU NORMAL”
Reprimi desejos inconscientes...

Quantos foram os olhares?
Os arrepios? As tentações?
Dentro de sua cabeça
Vaga pecados e repressões.
Pai severo. Arcaico.
Mãe beata. Tradicional.
E ele?

Busca ainda o casamento,
Porém, seu peito grita em contradição!
Namoradas, amantes, academia.
Fortaleza em pessoa.
Mas que pessoa?
Sente-se vazio. Estranho.

Não demonstra sua sensibilidade...
Sua delicadeza...
Exibe apenas sua Masculinidade!

“EU SOU NORMAL! NÃO POSSO SER DIFERENTE”

Frases torturantes rondam seu espírito.
Quem ele é no fim das contas?
Por que tanto?
Treina junto ao seu cachorro.
Atrai as mais belas jovens.
Exercita seus músculos.

E quem é ele?
Quem é ele para ir contra?
E quem é ele para não se aceitar?
Por mais que force
Seus olhos acabam traindo seu ser!
No fim, seus sentidos acabam seguindo seus desejos.

Confusões repousam sobre seu corpo.
Mulheres sensuais?
São simplesmente humanas...
Mas seus olhos buscam seus páreas!
Algo nele sabe o que o completa.
Sabe o que lhe atrai.
Nega, continua a forçar algo impossível!

Apesar de todo seu porte,
Ele teme... Teme...
Sua família, sua sociedade,
Seus amigos...
Seus desejos!
Teme acabar por entregar-se às vontades.

“NÃO SOU ASSIM. EU SOU NORMAL”

Mulheres, academia,
Passeio com o cachorro de raça,
A busca por uma afirmação de masculinidade,
A busca por uma família.

Ele precisa, talvez...
Realizar o desejo da mãe.
Não decepcionar o pai.
Provar para si mesmo...
O quanto Ele é Homem!
O quanto Ele pega todas!
O quanto Ele é garanhão!
O quanto Ele Não é Gay!

“EU SOU NORMAL”

E apesar de tudo, todas as tempestades sangrentas,
Tantas provas para si mesmo,
Ele se esquece de ouvir o seu intimo.
Lá dentro dele,
Em algum lugar abandonado,
Ele chora. Pede socorro!
E também diz:

“Eu sou normal...”

Ele esquece que seu desejo é normal.
Amar é normal.
Ele esquece que é ser humano.
Esquece que nunca conseguira ser o que ele não é!
Esqueceu o como fazer
Como fazer para ser único!
Esqueceu que ninguém é normal!
Esqueceu de ser...
E continua a caminhar!
Respirando difícil,
Negando sua essência,
Fingindo não amar outros homens.

Ele fecha os olhos
E sente um abraço forte,
A barba roçando sua nuca,
Seus pêlos eriçando um por um,
Lábios compartilhando o mesmo instante,
Mãos procurando completar-se!

E quando torna a abrir os olhos,
Afasta seus pensamentos pecaminosos...

“EU SOU NORMAL”...

Vinicius Cassiolato

ACESSEM:.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Passado Cruzado

Ola pessoal.
Fica aqui uma de muitas poesias que pretendo deixar por aqui. Espero que gostem...

Passado Cruzado





Encontrei em meio a tudo
Um simples livreto antigo.
Desgastado com o tempo!
De capa já amassada,
Folhas carcomidas pelas traças!
Nele contem a escrita, a fala, a arte...
Diante dele encontrei
O amor, o coração do poeta, o devaneio intenso...
Em seu interior,
Encontrei-me! Senti o artista riscando as paginas,
Passando para o branco-Virgem.
Teus pensamentos e infantilidades!
Um livreto simples,
Mas com o toque da Centelha Divina.
Chorei, amei, odiei, me desconstruí por completo!
Para renascer nessas paginas.
Identifiquei-me naquelas linhas
Não pela discrição fiel do amor,
Ou pelo detalhe de um soneto.
Identifiquei-me com o poeta!
Com aquele louco que tenta pelo papel
Passar seus pensamentos angustia descasos!
Identifiquei-me com sua alma.
Eternamente sussurrada pelo infinito.
Vi em suas linhas amareladas
O fulgor de um artista
(talvez, da fome).
Naquelas paginas,
Encontrei-me com o ser poeta,
Com o ser artista!
Penso se vive de sua arte.
Imagino o que passou
Aonde andou, e se chegou.
Penso por onde terei que caminhar
Para poder (quem sabe)
Fazer um tão singelo livreto.
E se por ventura conseguir,
Quem o lerá depois de tantos anos...
Depois de tanta eternidade...
Estas são somente palavras ao acaso!
Sem rumo, nem prumo.
Somente ao acaso.
Amanhece do lado de fora.
Amanhece em outra realidade.
Logo teremos que levantar outra vez.
E outra vez...
E outra vez!
Ir de encontro à labuta,
Ao decorrer das almas...




Vinicius Cassiolato